sábado, 29 de março de 2008

Salmo 23

Sabe, esse papo de "filho do Rei", "meu Pai é o dono de todo o ouro e toda a prata", pra justificar a teologia da prosperidade já está me deixando cansado... Ainda que as pessoas que normalmente saem com essas declarações sejam totalmente iludidas em relação a comunhão com o Criador, tudo isso me enoja. Outro dia eu encontrei aqui em casa a revista Plenitude, publicação do grupo ligado a IURD. Num dos tradicionais artigos do Bispo Macedo, esse alardeava que "Jesus era a primícia de Deus para o mundo, simbolizando os dízimos e ofertas..."
Utilizar uma hermenêutica torta e uma exegese tão torta quanto é de praxe do Bispo Macedo, mestre em associar o Senhor Jesus ao dinheiro...
Será que eles conhecem o Salmo 23? O salmista afirma que: "O Senhor é o meu pastor e nada me faltará..." e é justamente nessa palavrinha "nada" que eu vou me apegar...
Nada me faltará na minha visão está intimamente ligado ao fato de que literalmente nada faltará. Assim como haverá bençãos, haverá provações, na medida que houver alegrias, haverá tmb dor, batalhas e vitórias, medo e regozijo, ausência e presença...
Porque os cristãos de hoje, tem uma visão tão limitada de Deus? Buscam as ricas mãos do Pai, mas viram as costas à sua face. Porque?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Nostalgia...


Tenho andado nostálgico esses dias... Me lembrando constantemente da infância e da adolescência. Períodos que eu vivi intensamente. Eu posso afirmar, até com uma certa dose de pesar na consciência que eu tive infância. Pesar, porque muitos dos meus atuais amigos e amigas não a tiveram. Se danos irreversíveis foram causados por essa ausência do que definimos como infância na vida deles, Deus o sabe, mas eu sempre oro pra que a criança interior repouse neles...
Pseudo-filosofias a parte, vou dividir em tópicos minhas lembranças nostálgicas:
Brincadeiras: uma das coisas mais divertidas da minha infância com certeza eram as reuniões da galera pra realizar brincadeiras em conjunto. E como eu morava numa quadra com muitos na mesma faixa etária, sempre formava uma verdadeira tropa pra brincar. Brincadeiras de pique, betes, queimada, policia/ladrão, corte, futebol... O futebol é um que eu me lembro com carinho porque quando jogávamos qq coisa mais "séria", parecida com torneio as garotas da quadra, mesmo as insuportáveis e chatas que adorávamos pertubar, iam torcer por nós. As brincadeiras de pique eram especiais pra mim que fazia na infância o gênero "come-quieto". Sempre me escondia num lugar junto a alguma menina e inevitavelmente rolava algo mais q apenas se esconder.
A recompensa era proporcional ao risco, afinal ser pego pelos pais de qq menina era sentença de morte na certa...
Nas brincadeiras de policia/ladrão era a oportunidade de mostrar as "estratégias" de trabalho em equipe, o que ficou muito mais legal e "complexo" com a chegada dos famigerados walkie-talkies... Esse brinquedinho infame (explico o infame: qualidade de transmissão tosca, chiadeira equivalente a uma colméia de abelhas africanas furiosas), era a vedete que permitia coordenar os ataques...
Video-game: Cresci numa época que a fama de estragar a TV do Atari nas conversas dos pais era proporcional ao desejo dos filhos de possuí-lo. Natal, Ano-Novo e aniversário eram datas que vc desesperadamente corria pra abrir os embrulhos e não encontrar o video-game. Passada essa época, veio o auge dos 8 bit, mas foi na era 16 bit que eu descobri que eu e os games teríamos um fortíssimo laço. Lembro-me que com 11 anos eu namorava com uma guria chamada Talita, que era meio gringa, e que foi a primeira pessoa da quadra a possuir um Super Nintendo. Lembro tmb que quando ela me chamava pra jogar com ela, o que era mero pretexto pra gente namorar com o máximo de privacidade, namorar era a última coisa que eu fazia, afinal, eu estava em estado de delírio com os gráficos do inigualável de Super Mario World... Cara como eu era feliz: era o único guri da minha idade que tinha namorada e ela tinha um Super Nintendo! Obrigado Senhor!
No entanto o melhor viria anos depois quando eu finalmente adquiri com minha própria grana um Nintendo 64 novinho. Conheci Zelda: Ocarina of Time e decidi que dali em diante eu teria uma história de amor com a princesa da série, joguei tudo de Zelda de lá pra cá, mesmo que tivesse que torrar minha grana suada em locadora com GameCubes de origem duvidosa...
Amigos: A despeito da minha ausência de beleza física eu sempre fui um cara que tive muita amizade das garotas...
Por alguma razão, rolava um laço de confiança que eu descobri anos mais tarde as garotas precisam e buscam em no sexo oposto. Talvez isso se deva ao fato de que aos 5 anos de idade eu já tinha namoradinha. Sério, o nome dela era Jaqueline, e quando eu não a ia buscar pra ir a escola comigo, ela é quem vinha me buscar. Lembro que a mãe dela já falava em casamento em virtude de eu tê-la dado uma rosa (roubada do jardim de outro prédio) por ela "ser a mãe da garota que eu amava"... Quanta eloquência platônica aos 5 anos...
Namoradinhas a parte, acho que de veras tudo se deve a minha paciência pra escutar as garotas, numa época que o músculo que mais trabalha em sua anatomia ser a língua. As conversas, ou desabafos delas nunca eram enfadonhos ou cansativos pra mim, pelo contrário, eu gostava e me interessava. Tmb nessa época eu aprendi o valor de guardar um segredo. Creio que sem as minhas amigas eu jamais teria aprendido essa valiosa lição.
Pretendo continuar com esse post posteriormente (a infâmia dessa frase foi totalmente aleatória.)...